O dia 02 de Fevereiro, Dia Mundial das Terras Húmidas, marca o aniversário da Convenção de Ramsar sobre Terras Húmidas, adoptada na cidade iraniana de Ramsar a 2 de Fevereiro de 1971.

A data foi adoptada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia Mundial das Terras Húmidas a 31 de Agosto de 2021 e, só a partir deste ano é que passou a ser comemorado ao nível da Organização das Nações Unidas, com o objectivo de sensibilizar as nações no sentido de trabalhar na protecção das zonas húmidas pela importância que estas têm para a existência da vida no Planeta Terra.

As terras húmidas são áreas de pântano, charco, terra turfosa de água, tanto natural como artificial, permanente ou temporária, com água estática ou corrente, salubre, doce ou salgada, incluindo áreas de águas marinhas cuja profundidade, em maré baixa, não ultrapassa os seis metros.

Dentre várias funções que elas desempenham, destaca-se o facto de a vegetação nas terras húmidas filtrar materiais poluidores, fazendo com que a água seja limpa e potável; a humidade constitui o meio de vida para milhões de pessoas; as turfeiras armazenam 30% do carbono terrestre; os lagos e rios proporcionam alimento e medicamentos às pessoas e animais e, os mangais e recifes de coral protegem as comunidades costeiras de marés de tempestades, furacões e tsunames.

Devido a acções antropogénicas, as terras húmidas estão a desaparecer três vezes mais rápido que as florestas, estimando-se que cerca de 35% já desapareceram desde os anos 70. Dentre várias causas destacam-se, a drenagem e aterragem para actividades agrícolas, construção de infra-estruturas (edifícios e barragens); exploração excessiva dos recursos florestais e faunísticos; ocorrência de espécies invasoras e ocorrência das mudanças climáticas.

O Dia Internacional das Florestas, 21 de Março, foi consagrado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em 2012, através da resolução A/RES/67/200, com o objectivo de promover reflexão sobre a importância das florestas para o bem-estar social e sobre a necessidade de manter o equilíbrio natural, através da prevenção da sua degradação.

As florestas são apelidadas de “pulmão do mundo“. Ocupam cerca de 30 por cento da superfície da Terra, sendo responsáveis pela manutenção de condições necessárias para a vida na terra, regulam o clima (precipitação, temperatura e humidade), produzem o oxigénio, armazenam carbono ajudando a mitigar os impactos das mudanças. Abrigam cerca de 80 por cento da biodiversidade terrestre do mundo, com mais de 60.000 espécies de árvores e, cerca de 1,6 bilhão de pessoas depende directamente das florestas para alimentação, abrigo, energia, medicamentos, serviços como recreação, turismo entre outros.

Em Moçambique, as florestas ocupam cerca de 32 milhões de hectares correspondentes a  cerca de 40 por cento da área total do país, dos quais 17,2 milhões de hectares com potencial para a produção de madeira.

O sector florestal conta com 1003 operadores florestais dos quais 225 (22 por cento) são operadores em regime de concessão e 778 (78 por cento) de operadores em regime de licença simples. O sector emprega cerca de 14 mil trabalhadores.

Como Estado-Membro da Organização das Nações Unidas e signatário de Protocolos e Convenções Ambientais, Moçambique tem celebrado anualmente a efeméride, promovendo acções que despertam o interesse dos cidadãos para a conservação e utilização sustentável dos recursos florestais.

Em 1975, a UNESCO em parceria com o Programa de Meio Ambiente da ONU promoveu a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi, resultando na Declaração de Tbilisi que definiu os objectivos e características da educação ambiental, indicando ainda as estratégias a serem adoptadas no campo nacional e internacional os quais lavraram documentos técnicos e a legislação sobre a educação ambiental.

Como resposta à Conferência de Estocolmo, foi realizado em 1975 pela Unesco um Encontro Internacional de Educação Ambiental em Belgrado, e o dia 26 de Janeiro foi adoptado para celebrar o Dia Mundial da Educação Ambiental.

Por meio da Educação Ambiental é possível sensibilizar e instruir as pessoas, para que desenvolvam novas habilidades, atitudes e valores, podendo, desta forma, melhorar a qualidade ambiental e, efectivamente, manter um ambiente conservado, preservado e saudável em prol da qualidade de vida para as gerações presentes e futuras.