09-11-2021

Parceiros reafirmam financiamento de acções de adaptação às mudanças climáticas

Os parceiros de cooperação reafirmaram esta segunda-feira, 08 de Novembro, em Glasgow, que estão dispostos a continuar a financiar as acções de adaptação às mudanças climáticas, com vista a reduzir a vulnerabilidade das comunidades, em caso de eventos extremos.

Esta garantia foi expressa durante um evento organizado pelo Fundo de Desenvolvimento de Capital das Nacões Unidas (UNCDF) em coordenação com a Bélgica e União Europeia, envolvendo Moçambique, Uganda, Tanzânia, países que estão a implementar o LoCAL, um mecanismo de financiamento de acções de adaptação às mudanças climáticas.

O evento tinha como objectivo identificar compromissos e prioridades na abordagem da mudança climática ao nível local e reflectir sobre a possibilidade de aumento do financiamento para os projectos de adaptação, no âmbito da implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) e dos Planos Locais de Adaptação (PLAs).

Na ocasião, a representante da  União Europeia, Carla Montesi, sem avançar os montantes, mostrou a disposição daquele organismo em continuar a apoiar Moçambique. A Bélgica não ficou para atrás, através do UNCDF, entregou nas mãos da Alta -Comissária de Moçambique no Reino Unido, Albertina Mc Donald, uma carta na qual assume o compromisso de desembolsar cerca de 4.5 milhões de Euros, destinados a financiar acções de adaptação lideradas localmente a decorrerem entre 2022 e 2026.

O distrito de Limpopo, na província de Gaza, distrito de Morrumbene e Município de Vilankulo em Inhambane foram os escolhidos para beneficiar da verba, por serem afectados, de forma severa, por secas cíclicas e prolongadas, intercaladas com curtos períodos de chuva intensa e ventos fortes.

A Alta- Comissária, que falava em representação da Ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, disse que “estamos em emergência climática que requer intervenções urgentes. Não podemos perder tempo, pois a janela de oportunidade para evitar os piores impactos da crise climática está se fechando rapidamente. Sabemos o que precisa ser feito e temos as ferramentas para fazer isso”.

“Estamos a trabalhar para ser resilientes a todos os tipos de crise, seja ela resiliência do sistema de saúde, resiliência climática ou resiliência à violência e ao extremismo. A aposta na resiliência é o que torna o desenvolviemnto sustentável”, assegurou a diplomata.

O Director Nacional de Mudanças Climáticas, Cláudio Afonso, olha para este financiamento como parte da resposta aos desafios impostos pela primeira NDC actualizada, lançada pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, a 1 de Novembro corrente, à margem da Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas, que termina no próximo dia 12.

De acordo com a NDC, as acções estratégicas apresentadas na componente de adaptação cobrem as áreas de redução de risco climático, recursos hídricos, agricultura, pesca, segurança alimentar e nutricional, protecção social, saúde, biodiversidade, florestas, infra-estruturas, áreas urbanas e zonas turísticas e costeiras.